O caminhoneiro suspeito de matar o colega de trabalho com uma pedrada se entregou à Justiça por saber que o idoso de 70 anos deixou família em Jaru (RO), segundo relatou o advogado José Francisco Cândido. “O maior drama hoje de Willians Maciel Dias é saber que, sem querer, atingiu de forma tão drástica a um caminhoneiro colega dele”, revela.
Willians se entregou à Polícia Civil no último dia 7 de junho após oito dias de José Batistela ser morto com uma pedrada na cabeça, durante a greve dos caminhoneiros. Segundo apontou a investigação, o suspeito arremessou a pedra contra o caminhão do colega por não concordar com o fim da greve em Vilhena (RO).
Em entrevista à Rede Amazônica, o advogado José Francisco Cândido diz que seu cliente vive um “drama” por saber que tirou a vida de um colega, sem querer.
” Ele lamenta produndamente. O maior drama dele hoje é saber que, sem querer, atingiu de forma tão drástica a um caminhoneiro colega dele. Saber que esse caminhoneiro deixou família, e tudo isso pesa muito para ele. Foi a razão de ele ter buscado a Justiça e que ele realmente quer prestar contas à Justiça de todo o inteiro teor do ato que ele praticou”, afirma o advogado.
Segundo o advogado, Willians teria ido buscar um caminhão em Porto Velho, após o ataque contra o caminhoneiro. Ao ter conhecimento da morte do idoso, quando chegou em Vilhena dias depois, o suspeito decidiu procurar um advogado para se entregar.
Inicialmente ele não tinha a menor noção do que tinha acontecido, que essa pedra tinha vitimado o colega dele”, diz.
Ainda para José Francisco, o suspeito da morte não precisa ficar preso na Casa de Detenção. “Ele é réu primário, tem bons antecedentes, tem trabalho, residência fixa, então o fato não justifica o encarceramento antecipado”, afirma.
Na próxima terça-feira (12), o advogado deve entrar com pedido de revogação de prisão para Willians no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).
Investigação
Segundo o delegado Núbio Lopes, Willians confirmou que estava dirigindo um veículo na pista contrária e decidiu arremessar a pedra de baixo para cima contra o caminhão do idoso de 70 anos. Porém ele descartou a participação dos passageiros no ataque.
Em entrevista coletiva, o delegado afirma que o suspeito vai seguir preso. “Estamos cumprindo agora o mandado de prisão preventiva e o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) foi favorável. Ele segue preso até segunda ordem do judiciário”, conta Núbio.
A viúva do caminhoneiro, Margarida Batistela, contou no dia 3 de junho que morava com José e os filhos em Jaru (RO), há 20 anos. Na última semana, o esposo seguia viagem pela BR-364 para levar uma carga de madeira ao município de Mirassol (MT).
Segundo a viúva, José estava parado há nove dias em Vilhena por causa da manifestação dos caminhoneiros. Quando ele decidiu seguir viagem, no último dia 30, foi atingido com uma pedrada na cabeça e morreu no local.
Fonte: Por Jonatas Boni, G1 Vilhena e Cone Sul