Sexto filho do casal Deolinda Pereira Mota e João Teixeira Mota, Cleber Pereira Mota reside no distrito de Tarilândia, em Jaru, e mesmo com as dificuldades e falta de oportunidade toma gosto pela leitura, lê com frequência os livros colecionados pelo pai, passando a ser colecionador de obras de romances e literatura de cordel. Através do contato com a leitura criou suas primeiras poesias e posteriormente sua primeira historia em cordel. Embora sendo dono de um talento grandioso já com os trabalhos em mãos, a falta de apoio e incentivo limitava o grande sonho de ver seu livro publicado. Inúmeras portas foram fechadas, mas o poeta não desistiu mesmo com poucas condições financeiras, conseguiu com força própria, no ano de 2011 lançar seu primeiro livro “Dois Corações à Face do Destino”, história que conta um romance entre um rapaz branco e uma índia. O enredo aborda também a importância da família e o poder de superação do ser humano, obra digna de um filme. No mesmo projeto, Mota apresenta a história de “Madalena, A Jovem que Nunca Conheceu o Amor”. Os dois temas surpreenderam e encantaram o público, com isso a pequena edição foi vendida em 60 dias, mas ainda não era o bastante. O acesso aos meios de comunicações se limitou mais uma vez, fazendo com que a segunda edição não acontecesse.
O poeta encontrava pelo caminho pessoas que alimentava cada vez mais o seu desânimo com críticas acirradas, mas a essência de seu talento falava mais alto. Então Mota apostou novamente em sua segunda obra, um livro de poesias românticas com o nome “Pedaços de Lembranças”, produzido e lançado pela editora Multifoco do Rio de Janeiro. Apesar da falta de apoio e reconhecimento das autoridades locais, o autor novamente surpreendeu e emocionou os leitores, mesmo sabendo que o século XXI é marcado pela tecnologia e a leitura convencional já não faz parte do cotidiano de inúmeros brasileiros.
Cleber Mota possui um perfil talentoso e criou nas linhas de uma folha de papel a magia de contar sua própria história, produzindo e reproduzindo meios de manter-se vivo como indivíduo e espécie através de seu trabalho poético. Amigos do escritor relataram ao autor que “pessoas como ele têm o poder não só de criar beleza na aridez da sociedade ainda pouco leitora, mas também de reafirmar o amor em nós mesmos. Suas palavras reacenderam um forte desejo de seguir a diante, não olhando para as intempéries que se apresentam no meio do caminho”.