Fenômeno chegou ao seu ápice no dia 12 de agosto este ano.
O astrofotógrafo Régis Júnior registrou a chuva de meteoros Perseidas cruzando o céu de Santa Rita de Caldas (MG), no Sul de Minas Gerais. As fotografias foram feitas por volta das 22h30 da quarta-feira (12), dia em que o fenômeno chegou ao seu ápice, e encaminhadas pelo Canal VC no G1.
As fotos foram feitas a cerca de 3 km do município quando ele e o amigo Joelmir Barbosa, que também faz fotografias noturnas, saíram em busca das imagens na zona rural. Segundo ele, para captar o fenômeno, foi necessário deixar a câmera com o diafragma aberto por cerca de 30 minutos, captando a luz, e foram necessários outros 30 minutos para a câmera processar a imagem. “Ou seja, essa foto me demorou uma hora (risos)”, conta. Ele conta que, no período, conseguiu captar cinco meteoros adentrando a mesosfera.
Com 21 anos, Júnior é fotógrafo profissional há sete anos. Formou-se em fotografia na Universidade Paulista (Unip) de Campinas (SP) e hoje trabalha profissionalmente fotografando a natureza em diversas cidades e países. Há três anos ele se dedica à astrofotografia.
Para captar pelas lentes os fenômenos do espaço, ele conta que é preciso não só noções de fotografia e equipamentos profissionais, mas conhecimento do espaço. “Não basta só tirar uma foto e aparecer as estrelas, você tem que entender um pouco sobre a Via Láctea, sobre rotacionamento da Terra, tem todo um levantamento atrás da foto”, conta.
O sistema planetário também provoca interessantes efeitos na fotografia. Segundo Júnior, as imagens, que muitas vezes parecem manipuladas por programas de edição, como a fotografia acima que dá a impressão de estar girando, na verdade é o movimento circular da Via Láctea em relação à Terra.
fenômeno (Foto: Joelmir Barbosa / VC no G1)
Um outro fenômeno extraordinário que Júnior já conseguiu captar foi em 2013, quando Vênus se aproximou da Lua e os dois foram registrados lado a lado. A fotografia, feita por ele também em Santa Rita de Caldas da janela da casa da tia dele, “rodou o mundo” por diversos veículos de comunicação.
Além do prazer em captar o espaço, Júnior cita a importância de registrar o céu também para a pesquisa astronômica. “Especialistas já descobriram planetas pelas fotografias”, finaliza.
Nota da redação: As Perseidas são pedaços do cometa Swift-Tuttle; todo ano, em agosto, a Terra cruza a órbita do cometa e a nuvem de detritos deixada pelo astro. Essas partículas de gelo e poeira (que vão do tamanho de um grão de areia ao de uma ervilha) entram na nossa atmosfera a cerca de 60 km por segundo.
Nesse caminho, elas esquentam o ar ao redor, causando o feixe de luz característico que pode ser visto da superfície. Desde o solo, os meteoros parecem partir de um único ponto, chamado radiante. No caso das Perseidas, esse ponto fica na constelação de Perseu, daí o nome.
A chuva de meteoros pode ser vista todo ano de 17 de julho a 24 de agosto, aproximadamente. Este ano, o fenômeno atingiu o seu ápice no dia 12 de agosto e seguiu até esta quinta-feira (13) em várias partes do mundo. As informações são do G1 Ciência e Saúde.
Régis Júnior/Internauta, Santa Rita de Caldas, MG