Recentemente, uma batalha letal entre duas titãs escamosas terminou em empate, deixando para trás uma cena retorcida e apavorante.
Uma das combatentes, uma cobra-rei, foi estrangulada. A segunda, uma píton-reticulada, também foi morta. Mordida atrás da cabeça pela cobra-rei e sofrendo por causa do veneno mortal da cobra, a píton tentou defender a sua vida estrangulando a sua agressora até a morte. Deu certo.
Mas nenhuma das duas sobreviveu.
“É uma loucura, mas é algo que eu poderia ver acontecer facilmente. É um mundo perigoso lá fora, comer outras cobras grandes e coisas que poderiam matar você”, disse Coleman Sheehy, do Museu de História Natural da Flórida. Ele disse que o conflito mortal provavelmente aconteceu no sudeste da Ásia, onde as duas espécies de cobra dividem habitat.
Ambas as cobras são supremas entre as parentes rastejantes, e como às vezes acontece com esses seres, uma foto dos corpos acabou no Facebook. Uma vez postada, a imagem rapidamente atraiu a atenção de herpetólogos e de outras pessoas chocadas com aquela imagem incomum (todos conhecemos o ouroboros, um símbolo que mostra uma serpente mordendo a sua própria cauda, mas quem já viu uma píton morta enrolada em uma cobra-rei morta?).
“Parece real, não parece que tem Photoshop nem nada”, disse Frank Burbrink, do Museu Americano de História Natural. “É um encontro estranho, mas muitas coisas que acontecem com cobras nunca são fáceis de se ver.”
Mistura letal
Isso é verdade até quando duas espécies gigantes de cobras estão envolvidas.
Cobras-rei são as maiores cobras venenosas do mundo – algumas medem 5,4 metros. E, como o nome do gênero Ophiophagus sugere, cobras-rei são especialistas em comer outras cobras. Quando essas cobras atacam, elas miram na base da cabeça de suas vítimas e então as matam ao injetar um coquetel venenoso, que rapidamente paralisa o sistema nervoso e as presas das vítimas.
“Elas podem muito bem derrotar a maioria das cobras que encontram,” disse Sheehy.
Pítons-reticuladas, por sua vez, são as maiores cobras do mundo – algumas ultrapassam 9 metros de comprimento. Elas usam os músculos para estrangular as refeições, que normalmente são mamíferos e não outras cobras.
“Se teve um evento predatório aqui, foi a cobra-rei em cima da píton”, disse Burbrink. “E não deu certo para nenhuma das duas.”
Fonte: Nationalgeographic