PORTO VELHO – RO: A esposa do prefeito de candeias do Jamari, Djeimi Cheurie, sequestrada ao meio dia de terça-feira, 05, e encontrada na madrugada desta quarta-feira, 06, em Guajará Mirim, depôs ao delegados da polícia civil que apuram o suposto sequestro.
A primeira dama contou em depoimento aos delegados que já vinha sendo ameaçada de morte. Disse que no dia 22 de dezembro último, já havia até registrado um boletim de ocorrência na Unisp de Candeias do Jamari.
Estranhamente, afirmou não lembrar de nenhum rosto e que mentiu sobre a abordagem de um homem, e ser jogada em um carro prata a mando do suposto sequestrador e muito menos sobre o fato de que um homem teria lhe dito: “Se ela continuasse, seria encontrada com a boca cheia de formiga e dentro de um córrego”.
Ele acha que tais ameaças relatadas, seriam por causa das investigações que vinha desenvolvendo à frente da Secretaria Municipal de Saúde, para apurar o sumiço de peças de veículos que vinha sendo furtadas dos carros da secretaria.
TRECHOS DO DEPOIMENTO:
“Argumentou que saiu da Secretaria de Saúde para comprar papel a poucos metros. Que, atravessou a rua, conversou com populares; que um homem teria encostado e apenas falado: “estamos com seu filho, siga as instruções e pegue o ônibus com destino a Porto Velho”; que já dentro do ônibus recebeu novas instruções; que ganhou um ponto eletrônico e um microfone e os colocou o fone no ouvido e o microfone no sutiã e a partir daí passou a se comunicar com o suposto sequestrador apenas dessa forma. Que, chegando em um ponto de ônibus na Almirante Barroso com Jorge Teixeira, tomou um táxi com destino ao garimpo do Arara, em Nova Mamoré.
De lá, e desde sempre se comunicando com o suposto sequestrador – que ameaçava matar seu filho – ela seguiu a Guajará Mirim e depois a Guayará-Merin, já em território bolíviano, onde uma mulher a aguardava em um hotel.
A esposa do prefeito disse que ficou hospedada, mas disse que não se recorda onde e de nenhum rosto. Afirmou que podia acessar o celular, passou várias mensagens ao marido e em uma ligação, pediu que ele renunciasse ao cargo de prefeito porque essa era a exigência dos sequestradores e “seria melhor para todos nós”. Depois de repassar mais uma vez essa exigência e por volta de 1h30min da madrugada, ela teria atravessado de volta ao Brasil e procurado a Polícia.
Djeimi Cheurie Muniz disse aos policiais que fez tudo que o suposto sequestrador mandou porque temia pelo filho, uma vez que estaria em poder dos criminosos. Mas em um de seus contatos, em uma ligação gravada pela Polícia, ela pergunta ao marido se o filho está bem.
Aos vários questionamentos que não respondeu, a mulher não explicou porque e como tinha acesso direto a um celular, não repassou o que se passava às autoridades policiais, ou mesmo ao marido, que passou o dia na Delegacia aguardando contato da “sequestrada”.
Já no começo da tarde desta quarta-feira ela reagiu às perguntas dos policiais e disse que não iria mais depor. Que a Polícia aguardasse seu novo contato porque ela estava abalada. O marido, Francisco Sobreira de Soares, ainda não renunciou.