Dois meninos e uma menina, entre 14 e 17 anos, confessaram ter matado um garoto de programa de 13 anos. A vítima levou 15 facadas. Os quatro faziam parte de um grupo de amigos envolvidos em prostituição e venda de drogas.
O crime aconteceu na madrugada de quarta-feira (18), em Araraquara (a 291 km de Araçatuba). O trio foi detido por investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) na manhã desta sexta-feira (20), no Jardim Brasil, onde ocorreu o homicídio.
A menina foi detida primeiro, em casa, porque havia sido vista com a vítima horas antes. Em seguida, ainda no bairro, os policiais detiveram os dois garotos em um bar. Com eles havia porções de maconha e cocaína, prontas para a venda.
CONTRADIÇÃO
O trio foi levado para a DIG e ouvido separadamente, mas acabou caindo em contradição. Um deles, de 15 anos, acabou confessando o assassinato, com detalhes.
Os adolescentes indicaram a participação de outro menor, um traficante de 14 anos, como coautor do crime. Ele foi detido com a faca usada para atacar o menino. A arma estava escondida debaixo de uma piscina velha, no quintal da residência.
A Polícia Civil ainda investiga a participação de uma quinta pessoa.
Segundo a confissão dos menores, a menina atraiu a vítima até o local do homicídio, o quintal de um prédio, onde os dois meninos e outro adolescente de 17 anos dariam um susto nele. O local era usado pelo grupo para comércio e uso de drogas, além de prostituição.
Lá, os três garotos esperavam pela vítima e o esfaquearam. O crime teria sido motivado por brigas entre eles, envolvendo programas e drogas, além de um celular que a menina vendeu para a vítima, que não pagou.
DEBOCHE
A adolescente esteve no velório, acompanhada de outra garota de programa, para debochar da vítima, atraindo a atenção da família e da polícia.
De acordo com o delegado Elton Hugo Negrini, as investigações começaram logo após o corpo do menino ser encontrado. “Foi um trabalho rápido, porque depoimentos de familiares ajudaram a levar até os envolvidos. É um crime que muitas pessoas ficaram perguntando se era homofóbico, mas, pelo que a gente apurou, eram todos amigos, que estavam envolvidos com o tráfico e prostituição. Mas a negociação do celular, segundo eles, teria sido o principal motivo do crime”, explica o delegado.
Todos os acusados responderão por ato infracional de homicídio, associação criminosa e tráfico de drogas e seriam recolhidos em unidades de detenção para menores de 18 anos na região.
(Colaborou Daiane Bombarda/Tribuna de Araraquara)