Uma rebelião de menores ocorrida na noite deste sábado (27) na Casa Socioeducativa de Jaru só acabou no início da madrugada deste domingo (28). Internos atacaram dois agentes e os agrediram, mas como eles conseguiram sair, eles fizeram uma das socioeducandas refém e ameaçavam matar outros menores que estavam em um dos quartos.
A rebelião teve início por volta das 21h40 deste sábado e durou mais de três horas de negociações. A Polícia Militar foi acionada e compareceu rapidamente ao local para dar suporte aos agentes. O Corpo de Bombeiros também teve que ser acionado, uma vez que os menores atearam fogo em alguns colchões.
O juiz de Direito, Flávio Henrique de Melo, foi chamado para negociar com os líderes dos menores rebelados, bem como a ex-diretora daquela instituição, Marilene Vargas, que faziam várias exigências para libertar a menor feita refém, entre elas a transferência de alguns internos e a presença da imprensa. Mas os menores não cediam e a todo tempo diziam que iriam matar os reféns, entre eles uma menor que estava algemada e um deles, que estava com um chuço de madeira na mão, a ameaçava furar.
Porém, após horas de negociações, eles não cumpriram o que prometiam e acabaram ateando fogo novamente em colchões, desta vez dentro da sala que dá acesso ao quarto onde havia outros menores, o que obrigou os policiais militares a invadirem o reservado para banho de sol e fazer uso de força para conter os menores rebelados, uma vez que havia risco iminente de morte por causa da fumaça da espuma dos colchões.
PMs, entre eles homens do Grupo de Operações Especiais (GOE), e agentes penitenciários, tiveram que pular a grade que dá acesso ao pátio de banho de sol, onde havia inclusive uma cerca elétrica ligada, para poder conter os rebelados e salvar os menores reféns.
Dois policiais militares e dois agentes que trabalham na Casa Socioeducativa se feriram na ação, bem como alguns menores que foram atingidos com balas de borracha, porém nenhum com gravidade.
Homens do Corpo de Bombeiros conseguiram apagar o fogo colocado pelos menores no interior da Casa. Eles também ajudaram a socorrer os feridos ao Hospital Municipal de Jaru.
O juiz Flávio de Melo disse que a ação energética se fez necessária, uma vez que havia risco de morte dos reféns e que já solicitou ao delegado Salomão de Matos, que estava presente também no momento das negociações, para que instaure inquérito policial para apurar as responsabilidades.
O comandante da 1ª Companhia Independente de Policiamento Ostensivo, tenente coronel PM, Júlio Iago Vieira Trindade, também falou da necessidade da invasão para resgatar os reféns que corriam risco de morte, uma vez que o local era abafado e com o fogo na espuma dos colchões, produzia muita fumaça tóxica, por causa do monóxido de carbono.
Os menores destruíram quase tudo no interior da Casa Socioeducativa, televisão, computadores, mesas, portas de madeira, além dos colchões que eles tocaram fogo, o que obrigará a transferência para outras unidades até que seja realizada a reforma do local.
Segundo o tenente coronel PM Iago, pelo menos um dos menores socioeducandos teria fugido no momento da rebelião.
Fonte: Anoticiamais
Autor: Flávio Afonso