Mais uma família se revoltou em frente ao Hospital Municipal de Jaru por causa da demora na transferência de paciente por falta de ambulância, desta vez uma criança de apenas 5 anos de idade com suspeita de apendicite. A paciente infantil foi internada na tarde desta quarta-feira (04) e transferida para uma unidade hospitalar em Ji-Paraná, que não quis atender o caso, e retornou para Jaru, onde ficou aguardando por horas por uma ambulância e acabou sendo socorrida para a Capital em uma caminhonete.
Segundo os familiares, a criança de nome Vitória foi internada no HM de Jaru com fortes dores abdominais por volta das 16 horas e, após atendimento médico, devido à gravidade da situação que necessitaria de cirurgia, foi transferida para Ji-Paraná. Como os médicos jiparanaenses não quiseram atender o caso, a paciente retornou para Jaru para ser transferida para Porto Velho, porém, não havia ambulância no Município para realizar a transferência.
Revoltados alguns familiares acionaram a Polícia Militar, que compareceu ao HM de Jaru para atender a ocorrência. Após muita conversa, os servidores do Hospital Municipal conseguiram acalmar os familiares e, por volta das 21h50 a criança foi colocada em um Fiat Palio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) e seguiu com a paciente dentro para abastecer em posto de combustível, porém, retornou momentos depois e foi deixada novamente no HM de Jaru.
Os familiares que já haviam ido embora, retornaram ainda mais revoltados com a situação. Segundo o avô da criança, o servidor público municipal João André Avelino, 53 anos, o que vem acontecendo com a população jaruense é um descaso por parte das autoridades competentes. “Eu paguei o meu IPTU no dia que chegou em casa, agora na hora da gente receber o benefício acontece isso. Se a minha neta morrer por falta de ambulância eu nem sei do que sou capaz de fazer”, desabafou Avelino.
Momentos depois a caminhonete Toyota Hilux, placas NBR-7806 da Secretaria Municipal de Saúde de Jaru, estacionou na porta do Setor de Emergência, porém o motorista foi orientado a entrar pelo portão dos fundos, talvez para despistar a imprensa que estava presente. A criança embarcou juntamente com a mãe no banco traseiro da caminhonete e o soro teve que a paciente tomava, amarrado pela enfermeira com uma luva de borracha de forma improvisada na peça do veículo onde o passageiro se segura. A transferência da criança para Porto Velho só ocorreu por volta das 22h30.
Não é o primeiro caso de paciente que é transferido para a Capital de caminhonete por falta de ambulância em Jaru, o que tem causado revolta na população.
Fonte: Anoticiamais
Autor: Flávio Afonso