Pequenos produtores rurais do município de Jaru reclamam da forma que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) vem sendo desenvolvido pelo Executivo Municipal. O transporte da produção agrícola, que nas administrações passadas era realizado pelo Município, nesta ficou sob responsabilidade dos próprios produtores.
A maioria dos produtores rurais jaruenses reclama que a forma que o programa vem sendo realizado, não compensa financeiramente. Segundo os produtores participantes do Pnae, o problema é que os produtos a serem entregues, além de terem sido divididos entre uma grande quantidade de produtores, o que se transformou em pequenas porções, são eles próprios quem têm que realizar a entrega nas escolas.
Um exemplo vem claro foi dado por um produtor de Jaru-Uaru. Segundo ele, na planilha estava a entrega de apenas um quilo de melancia, uma fruta pesa em média 8 Kg, a uma escola do distrito de Bom Jesus, ou seja, o produtor teria que rodar cerca de 130 Km para entregar o produto.
O produtor rural Darmi Tavares de Melo, 69 anos, que possui uma chácara de 3 alqueires no Km 3 da Linha Nova, em Jaru, reclama que em seu contrato ele ficou responsável pela entrega de apenas 9,39 Kg de mexerica, sendo que em sua propriedade possui 427 pés da fruta, o que dá uma produção em média de 50 mil quilos. O mesmo aconteceu com a laranja, que ficou responsável pela entrega de 39,16 Kg, sendo que possui mil pés da fruta, que produz 10 mil quilos em média. Em sua planilha também está a entrega de 5 Kg de inhame para o distrito de Bom Jesus e 13,70 Kg de alface.
Ele reclama que, para piorar as coisas, a entrega desses produtos deve ser realizada em quatro meses, sendo uma parte por semana, ou seja, teria que entregar os 5 Kg de inhame divididos em 16 vezes, o mesmo acontecendo com os demais produtos. Outra reclamação do produtor é que a entrega dos produtos, que era para iniciar no último mês de fevereiro, até o momento não foi liberada, o que o levou a um grande prejuízo, uma vez que a maior parte dos produtos, como a mexerica e laranja, está secando no pomar e ele não pôde vender aguardando para saber a quantidade a que tinha compromisso. “A gente é obrigado a entregar os produtos que estão no contrato, mas a administração não se responsabiliza pelo prejuízo que vem nos causando”, lamenta ele, que disse que na administração passada chegava a entregar 100 quilos de alface e agora já perdeu a produção de mais de mil pés da verdura.
Darmi produz em sua chácara: laranja, poncã, mexerica, tangerina, limão, cacau, café, banana, cana, abacate, açaí, jabuticaba, acerola, sapoti, orvalho, pinha, murici, inhame e tomate, além de uma horta com alface, cheiro-verde e coentro, e vem tendo um grande prejuízo pela forma que o Pnae vem sendo desenvolvido. Ele disse que na próxima segunda-feira (23) haverá uma reunião na Prefeitura de Jaru para tratar do assunto e ele irá expor tais problemas.
O filho de Darmi, Elder Domingues Tavares de Melo, também reclama que a planilha de produtos que recebeu da Prefeitura para fornecer ao Pnae também é bem reduzida e não compensa fazer o transporte de tão pouco produtos.
O Pnae contribui para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar dos estudantes e a formação de hábitos alimentares saudáveis, por meio da oferta da alimentação escolar e de ações de educação alimentar e nutricional.
São atendidos pelo programa os alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público), por meio da transferência de recursos financeiros.
Fonte: Anoticiamais
Autor: Flávio Afonso