O pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC) concedeu, ao portal Veja Política, entrevista, na qual fala de seu mandato, da presidência na Comissão de Direitos Humanos e Minoria (CDHM) da Câmara, das polêmicas que envolveram o seu nome, dentre outros assuntos. Feliciano cumprir agenda evangélica, participando, do evento Aviva Rio Branco que aconteceu na Concha Acústica na capital do Estado do Acre.
Contrariando a opinião de grande parte das pessoas que acredita que política não combina com religião, principalmente, por vivermos em um país laico, que não possui religião oficial, e que as leis deveriam garantir os direitos às opções privadas e não virem dessas opções, o pastor e deputado federal Marco Feliciano garante que política e religião podem sim caminhar juntas.
“Antes da política já existia religião. Religião é uma célula vital para a sociedade. Embora vivamos num país laico, o Brasil não é um país ateu. Está dentro do DNA do ser humano brasileiro acreditar em algo divino. É claro que dentro da política eu não sou um pastor, eu sou um deputado, sou um legislador, mas os meus princípios religiosos me acompanham em tudo. É possível sim que a política e a religião trabalhem lado a lado, até porque a religião faz aquilo que a política não faz”, declarou.
Feliciano conta que entrou no meio político, justamente porque há alguns anos atrás pregava contra a política e influenciou uma geração inteira com o seu discurso, para se redimir do que ele chamou de “erro”, emprestou o seu nome para a política. “Não sabíamos se iria dar certo, acabou dando, fui o 12° deputado mais votado de São Paulo e o evangélico mais votado do Brasil”.
O parlamentar conta que a PL 122/2006, apresentada pela deputada Iara Bernardi (PT-SP), que tramitava na Câmara com o objetivo de criminalizar a homofobia também o incentivou a entrar no meio político. “Há quatro anos, eu comecei a caminhar pelo Brasil e vi o despreparo da Igreja evangélica dentro da política e a ameaça que nós sofremos com PL 122 que era a Lei da Homofobia”.
Apesar de chamar a Lei da Homofobia de ameaça, o pastor Marco Feliciano garante que não é homofóbico. “Nunca ofendi os gays. Homofobia não é só preconceito. Para eles (homossexuais), homofóbico é quem prática atos violentos, quem instiga a violência contra eles”.
Questionado sobre essa e outras polêmicas que envolveram o seu nome, inclusive durante o período em que presidiu a CDHM, o deputado declarou que é tudo uma grande mentira. ”A mídia acaba criando estereótipos que não existem e o nosso povo é idiotizado através da mídia, divulgam o assunto e ninguém vai atrás para saber o que é”, falou.
Em 2013, enquanto foi presidente da Comissão, muitos protestos ocorreram para que Marco Feliciano renunciasse. Grupos de manifestantes o chamavam de homofóbico e racista, por conta de seu posicionamento “radical” e de suas declarações à mídia. Feliciano não cedeu às pressões e permaneceu na função por um ano.
Hoje, ele diz que tudo não passou de um mal entendido, além das notícias “mentirosas” divulgadas na mídia, o Governo foi um dos responsáveis por essa imagem que foi criada. “Naquele momento eu fui usado como um bode expiatório pelo Governo. O governo sabia que precisava levantar uma cortina de fumaça para esconder suas mazelas e eu estava no lugar certo, na hora certa, fui usado, só que eles pensavam que iriam me destruir, mas ao contrário, me fortaleceram”, garantiu.
Feliciano toma como positiva a sua conturbada passagem pela Comissão. “Eu trouxe para dentro das casas das famílias brasileiras uma discussão que havia sido amortecida, a discussão da família, da moralidade, a discussão dos bons costumes”, avalia. Feliciano conta ainda que, após essa polêmica, a família brasileira obteve três grandes vitórias: a primeira veio com a diminuição do público da parada gay de São Paulo que, normalmente, possuía mais de dois milhões de pessoas e, esse ano, não teve 200 mil. A novela em família que abordava a temática gay não emplacou e não repetiu o sucesso de audiência da novela anterior que teve o beijo gay do Félix. O Big Brother Brasil perdeu em audiência para o programa do Sílvio Santos no SBT.
O deputado afirmou que o Brasil deu um grande avanço nesse sentido e conseguiu frear a libertinagem, a promiscuidade, a desconstrução familiar que vinha acontecendo. “Nós temos evangélicos na política desde que a constituinte foi aprovada, mas precisávamos de um evangélico maluco como eu que teve coragem de se posicionar. Eu estou aqui dando o meu voto, que é o vota da Igreja, Igreja essa que me colocou aqui para isso. A culpa da PL 122 ter sido aprovada é dos evangélicos, a culpa dessa promiscuidade toda que existe é dos evangélicos que estavam na política e nunca deram a cara para bater dentro desse seguimento”, declarou.
Quando questionado sobre as expectativas do segundo mandato, Feliciano declarou modestamente e de forma bem humorada que pretende, primeiramente, chegar lá. “Tenho andado o país, buscando ajudar outros candidatos e amigos que precisam voltar para Brasília. Uma andorinha sozinha em Brasília não faz verão. Então, precisamos de pessoas que tenham o compromisso com o Rei, pessoas que usam a marca evangélica”.
Fonte: ouropretoonline/Alexandre