O site Folha do Sul On Line entrevistou, no final da tarde desta sexta-feira, 24, um dos médicos que operaram, no Hospital Regional o garoto de 13 anos, encontrado ferido a bala na área rural de Vilhena na madrugada de ontem.
O site publicou detalhes do caso, revelando que dois vizinhos do suspeito de ter feito o disparo que atingiu o menino acabaram presos quando quatro espingardas ilegais foram encontradas na casa de um deles.
O cirurgião fez uma revelação dramática: mesmo tendo sido atingido por apenas um tiro, o adolescente deverá ficar sem os movimentos da cintura para baixo. Ou seja: paraplégico. Ele foi levado para Cacoal, na tentativa de ver se outra cirurgia evita que ele fique para sempre em uma cadeira de rodas.
O entrevistado explicou que a demora no socorro pode ter até agravado a situação: o único disparo a atingir a vítima na vértebra “T-10”, que ficou destruída, foi feito no início da noite e a criança recebeu socorro somente horas depois, já de madrugada.
Emocionado, o médico contou o que ouviu do menino, que o chamava de “tio” durante a intervenção cirúrgica: “ele disse que estava chegando no sítio onde mora e trabalha, pois iria tirar leite no dia seguinte, bem cedo. O idoso com o qual o guri vive já havia sido assaltado antes e teria atirado pensando se tratar novamente de um ladrão”. O suposto atirador não foi encontrado após o incidente.
O médico disse que o menino não demonstrava nervosismo ou mágoa. “Olhei as mãos dele: eram calejadas, como as de um adulto que trabalha duro na roça. Os pés também eram grossos, indicando um batalhador”.
O médico disse que, no dia seguinte, antes do encaminhamento do menino para Cacoal, a mãe (que está grávida”) e o pai dele foram até o hospital, mas nenhum dos dois conversou sobre fato de o garoto, naquela idade, estar trabalhando numa atividade tão dura.