A Polícia Federal apreendeu diversas planilhas na sede da empreiteira Camargo Correa, em São Paulo durante o cumprimento de um dos mandados de busca da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobrás envolvendo políticos e empreiteiras.
Nos documentos contêm nomes de políticos rondonienses como do senador Valdir Raupp (PMDB). As planilhas supostamente podem apontar para doações que teriam sido feitas pela empresa também a políticos de outros partidos como PT, PSDB, DEM, e PDT nas eleições de 2012.
Nas tabelas organizadas por partidos, os políticos citados são acompanhados por números isolados. No caso de Raupp aparece o número 230 no item “cidade”, em outra a observação é feita a caneta e aparece a numeração 250.
Até o nome do vice-presidente Michel Temer (PMDB) é citado, ao lado de valores em dólares e com referências a obras de infraestrutura também estimadas na moeda estrangeira. Nas duas menções ao nome do político nos documentos têm o valor de US$ 40 mil.
Michel Temer emitiu nota através de sua assessoria negando qualquer vínculo com a empreiteira. De acordo com a assessoria do vice presidente, o mesmo nunca recebeu recursos da Camargo Corrêa “a qualquer título”.
Segundo seus assessores, Temer nunca destinou emendas para obras em Araçatuba e nem para obras rodoviárias em Praia Grande, cidades que aparecem ao lado do nome do vice presidente nas planilhas apreendidas pela Polícia Federal.
Na documentação ainda existem nomes de outros deputados, senadores e prefeitos.
Os políticos mencionados detêm foro privilegiado e a PF não pode fazer nenhuma análise sobre o documento perante os tribunais superiores – no caso dos parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) detém competência exclusiva para abrir investigação.
A PF só pode investigar deputados e senadores com autorização da Corte, tendo apenas o ato de juntar aos autos da Operação Lava Jato os documentos apreendidos na empreiteira, que vem sendo alvo da investigação por suspeita de ter integrado o cartel que assumiu o controle dos maiores contratos da Petrobrás.
O suposto “caixa 2”, que é o pagamento de propinas não é mencionado nas planilhas que foram apreendidas na empreiteira, apenas nomes lançados ao lado de valores.
A empresa Camargo Corrêa constituiu o criminalista Celso Vilardi, que se pronunciou sobre o assunto, dizendo que não iria comentar o documento apreendido pela PF porque não teve acesso a ele.
Fonte: Noticiageral – Com informações do Estadão