Aconteceu na tarde desta sexta-feira (06) no auditório do Ministério Público em Jaru uma reunião convocada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Subseção de Jaru, que contou com a cúpula da segurança no Estado objetivando tratar do combate à violência que tem assustado a população jaruense.
O evento foi conduzido pelo promotor de Justiça, Fábio Rodrigo Casaril, e contou com a presença do juiz de Direito da Comarca de Jaru, Flávio Henrique de Melo, do procurador-Geral de Justiça, Airton Pedro Marin Filho, do secretário de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania, Antônio Carlos dos Reis, do comandante-Geral da Polícia Militar, coronel PM Ênedy Dias de Araújo, do comandante da PM em Jaru, tenente coronel PM Júlio Iago Vieira Trindade, do diretor do Departamento de Polícia Especializada, delegado Sebastião Pereira, representando o diretor-Geral da Polícia Civil, dos delegados de Polícia Civil de Jaru, Renato Batistela Cavalheiro e Salomão de Matos Chaves, do presidente da OAB/Subseção de Jaru Indiano Pedroso Gonçalves, do prefeito Inaldo Pedro Alves e de diversos advogados jaruenses, além de representantes da Associação Jaruense de Imprensa, que também vem participando da campanha contra à violência.
O membro do MP iniciou a audiência agradecendo a presença de todos os presentes e destacou o interesse de todos com a segurança pública no município de Jaru. O promotor Casaril declarou que um dos principais problemas é a falta de servidores para realizar as investigações, devido à falta de efetivo, tanto da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar. Ele evidenciou a quantidade de crimes ocorridos na comarca que não são solucionados. Que a reunião tem como objetivo alcançar alguma melhoria para a segurança em Jaru.
O juiz Flávio Henrique, em suas considerações iniciais, relatou que espera que seja feito algo para mudar a realidade de Jaru. Que se orgulha de ser juiz e que suas decisões espelham isso. Que conhece a realidade e as limitações do Estado, mas vai fazer de tudo para modificar a realidade de Jaru.
Indiano Pedroso relatou que os problemas devem ser expostos de forma objetiva. Que o índice de violência do ano de 2015 já foi superado em 2016. Ele expôs que o efetivo da Polícia Civil e da PM vem sendo reduzido ao longo dos anos. “É necessário que as autoridades voltem os olhos para a nossa cidade. A população está assustada e com receio de frequentar lugares públicos. É necessário fomentar a população a sensação de segurança”, declarou o presidente da OAB.
Salomão de Matos informou que no segundo semestre de 2014 a Polícia Civil verificou um crescimento exagerado dos crimes de roubo, não só em Jaru como também em outros municípios do Estado. Em 2015, os homicídios reduziram próximo da metade do número de homicídios de 2014, mas que neste ano, nos meses de março e abril, foram atípicos no tocante a homicídios, com um número muito exagerado. “Hoje, o setor de investigação está sobrecarregado em razão do efetivo reduzido. Existem servidores com licenças prêmio represada, servidores com férias vencidas, com tempo para aposentadoria, etc. É necessário trazer efetivo para Jaru”, relatou o delegado.
O comandante da PM de Jaru informou que é uma reunião considerada um divisor de águas em virtude da quantidade de autoridades presentes. Que gostaria de dizer que em Jaru não há problemas.
O advogado Delmário Santana relatou que o governador traiu a população de Jaru. Que antes havia mais policiamento nas ruas. “De 2010 até hoje já há centenas de homicídios em Jaru. O Estado precisa fomentar a sensação de segurança no município”, declarou o advogado.
O secretário-Geral da OAB/RO Márcio Nogueira, representando o presidente da OAB de Rondônia, enalteceu o juiz Flávio de Melo e o promotor Fábio Casaril. Que o que estiver ao alcance da OAB de Rondônia será feito e encerrou sua fala dizendo que espera que esta reunião seja um marco de mudança para a situação de Jaru.
O coronel Ênedy informou que assumiu o Comando-Geral da PM este ano de 2016. Que uma de suas metas é transformar a Companhia de Polícia Militar de Jaru em Batalhão. “Não basta somente mudar o nome, mas sim trazer o que um batalhão necessita. Jaru receberá alguns materiais igualmente estão recebendo a maioria dos batalhões. Estamos formando 415 alunos, e a prioridade para lotação desses alunos é no município de Jaru, Machadinho, Buritis, Ariquemes e Porto Velho, onde o índice de criminalidade é maior”, frisou o coronel, que relatou que sempre que aumenta o policiamento em Ariquemes, o índice de criminalidade aumenta em Jaru e até mesmo e Ouro Preto.
O comandante declarou ainda que houve um aumento do policiamento em Ariquemes no início de 2016. Que estará o tempo todo preocupado com o policiamento para Jaru e Ariquemes. Disse ainda que haverá operações em Jaru e que foram diminuídas as folgas dos policiais. Informou que essas operações acontecerão até as inclusões dos novos policiais. Que terá que completar o efetivo mínimo de 15 policiais onde não tem. Após, será feito as demais lotações, que para Jaru gostaria de mandar no mínimo 60 policiais militares para a região, sendo 30 só para Jaru. “Se tudo correr bem, no mês de junho, acontecerá a chegada dos novos policiais e assim a conversão de Companhia para Batalhão”, finalizou o coronel Ênedy.
Sebastião Pereira declarou que conhece a realidade de Jaru e região, que já foi delegado regional em Ariquemes. Que os aprovados no último concurso virão para o interior. Que os estudos que havia mostrava Jaru com elevado índice de criminalidade. “Como o aumento da criminalidade nos últimos anos em Jaru está se destacando, o município está sendo visto como prioridade.
A advogada Núbia Rubena Paniago de Melo informou que a população de Jaru está cansada de promessas e que deseja ações concretas. “Faz muito tempo que Jaru necessita de ajuda. Onde o Estado se afasta, o criminoso toma conta, isso é o que está acontecendo aqui em Jaru”, desabafou ela.
A presidente da OAB de Guajará-Mirim se solidarizou com o município de Jaru e solicitou resposta ao homicídio de um advogado em seu município.
O advogado Alexandre Moraes dos Santos solicitou que fosse dada uma resposta ao homicídio de um advogado de Guajará-Mirim, que era seu tio. O mesmo fez a advogada jaruense Cássia Itajubá também cobrou solução para o homicídio do seu irmão, ocorrido em Alto Paraíso há quatro anos e até hoje não foi resolvido.
O secretário de Segurança relatou que vê a reunião como seu trabalho e que o problema de segurança é em nível nacional, mas que tem que encontrar soluções. “Nunca se teve tanto aparelhamento no Estado. A falta de efetivo é a maior dificuldade. Para a segurança pública não basta só policia”, explicou ele, informando que haverá uma força tarefa em Jaru, pois o número de inquéritos é muito alto e que o policiamento será aumentado, tanto policiais civis quanto militares. “A longo prazo o planejamento é aumentar o efetivo, porém, depende da disponibilidade financeira”, finalizou o secretário.
Fonte: Anoticiamais/Jarunoticia