Uma manicure da cidade de Alvorada, no Rio Grande do Sul, ouviu da boca das próprias filhas — uma de 15 e outra de 12 anos — que elas eram abusadas sexualmente pelo próprio pai havia sete anos. A outra filha que sofria os abusos tem sete anos.
O homem chegou a ser detido, mas foi liberado após três dias e hoje faz ameaças de morte constantemente à mulher e às três meninas.
A manicure conta que começou a desconfiar do comportamento estranho das filhas, mas elas não contavam nada quando eram questionadas. As meninas faziam cortes nos braços e nas pernas e chegaram a parar de comer.
— Depois que a casa caiu, elas me contaram que estavam fazendo isso para se matar, porque não aguentavam mais.
No caderno de uma delas, desenhos e frases soltas mostram o desespero pelo qual passavam. Nesta página, ela escreveu: “Eu estou sozinha neste mundo. Ninguém sabe o que eu passo, então não me julgue”.
Uma das filhas conta à reportagem da TV Record o sofrimento por que passou durante os últimos anos.
— Ele é um mostro. Para mim, nunca foi pai. Eu pensava como era ter um pai de verdade.
De acordo com as meninas, os abusos aconteciam quando a manicure saía para trabalhar. Ele levava uma para o quarto e dizia que mataria todas se contassem sobre o que acontecia para a mãe.
A história veio à tona quando uma das filhas resolveu contar sobre os abusos para a manicure, na frente do pai. De acordo com a mulher, ele se ajoelhou no chão e negou tudo, mas ela decidiu chamar a polícia.
Apesar dos depoimentos e de um laudo pericial que confirma que as três meninas eram abusadas, o homem continua solto.
Enquanto a reportagem conversava com as vítimas, o suspeito mandou uma mensagem de voz para uma delas: “Papai te ama, meu bebê. Paizinho te ama, tá bom? Ama muito, muito, muito”.
Com medo das ameaças, a manicure parou de trabalhar para ficar em casa com as filhas e busca junto ao Conselho Tutelar proteção para elas.
Fonte: Rede Record