O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta-feira (11) que a Polícia Federal terá “autonomia” para investigar eventual elo da Petrobras com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Policia Federal na Operação Lava Jato sob suspeita de movimentar R$ 10 bilhões em esquema de lavagem de dinheiro.
Mais cedo nesta sexta (11), a Petrobras entregou documentos solicitados pela Justiça Federal do Paraná, que investiga o esquema do doleiro. A assessoria da PF divulgou nota oficial para informar que “não foi necessário” cumprir os mandados de busca e apreensão expedidos. De acordo com a PF, “houve colaboração” da presidência da estatal. Cardozo informou que não poderia detalhar o tipo de documento entregue pela Petrobras para auxiliar nas investigações porque o caso “está sob sigilo judicial”.
Ao ser perguntado se o governo federal está “preocupado” com possível ligação entre a Petrobras e as investigações sobre o doleiro, o ministro respondeu que cabe ao governo somente “garantir investigação autônoma e independente da Polícia Federal”.
“Tem gente que diz que quando pessoas próximas são investigadas, a investigação é política, e quando são pessoas adversárias, aplaudem. O papel do Ministério da Justiça é dizer: ‘as investigações da Polícia Federal são feitas com absoluta lisura e não têm qualquer viés político, seja quando investigam adversários do governo ou quando investigam órgão governamental'”, declarou, em coletiva de imprensa.
Grampo contra doleiro
O ministro da Justiça disse ainda que as denúncias sobre uma suposta escuta clandestina instalada na cela do doleiro Alberto Youssef serão apuradas.
Yousseff está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, e a defesa pediu apuração das escutas. A PF negou que tenha feito grampos ilegais.
“Eu posso dizer que este fato está sendo rigorosamente apurado e que assim que a investigação for concluída, as conclusões serão reveladas”, afirmou Cardozo.