Cacoal – Após o alagamento na noite de segunda-feira (16), os moradores ribeirinhos de Cacoal (RO) foram surpreendidos mais uma vez com a cheia do Rio Pirarara e do Córrego Salgadinho. Por volta das 7h30 desta quarta-feira (18), a água começou a transbordar novamente, invadindo residências e interditando a passagem. Segundo a Secretaria de Ação Social, cerca de 30 famílias já foram retiradas de suas residências e levadas para a Escola Estadual Clodoaldo Nunes de Almeida.
Até agora, os pontos mais atingidos pela cheia ficam próximos da ponte entre a avenida Sete de Setembro com Arthur Costa e Silva, no bairro Village do Sol, e da ponte do Jardim Saúde. Além da água barrenta, a enchente arrasta entulhos e animais peçonhentos. O faqueiro Eliel Brum, de 31 anos, que teve a casa atingida pelo alagamento, foi surpreendido na entrada do imóvel por uma cobra, aparentemente jiboia. “Ela tem 1,60 metro de comprimento, porque eu medi, e pesa em média 8 quilos. Eu peguei, pois ela iria entrar na minha casa e se perderia no meio da água, mas logo que a capturei liguei para o Corpo de Bombeiros vir pega-la”, conta.
O agricultor Vicente Alves dos Santos, de 50 anos, que vê o Rio Pirarara pelo quintal de sua residência diariamente, nesta quarta se viu obrigado a sair do imóvel com as duas filhas. A mudança foi carregada às pressas pelo caminhão cedido pela prefeitura. “Eu moro aqui há 28 anos, e quase todos os anos minha família passa por isso. Agora minha mudança está sendo levada para uma nova casa, longe do risco de alagamentos”, disse Vicente.
A secretária de Ação Social, Mirian Lacerda, informou que, devido ao risco de uma possível cheia, as escolas do município e do estado já haviam sido requisitadas pela prefeitura, desde novembro de 2014. “Nós requisitamos igrejas e escolas, mas nesse primeiro momento vamos levar as famílias para as escolas, pois tem estrutura para recebê-las, como banheiros grandes e cozinhas. A secretaria está dando assistência e 12 caminhões da prefeitura estão disponíveis para carregar as mudanças”, garantiu Mirian.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, José Aparecido Limeira, a cheia foi uma surpresa, já que, no início da manhã, o nível das águas estava normal. O secretário diz ainda que, apesar do monitoramento diário dos rios, não há como prever as mudanças climáticas que influem diretamente no comportamento das águas. “O nível normal do rio em período de seca é de 1,50 metro. Com essa cheia, acredito que os rios tenham subido cerca de 3 metros. Foi muito rápido”, disse Aparecido.
Fonte: G1/RO