Os familiares do jaruense Almir Vital, 34 anos, que está entre os brasileiros desaparecidos na região do Caribe durante a travessia pelo mar com destino aos Estados Unidos da América, ainda buscam notícias sobre o paradeiro do ente querido. Nesta quinta-feira (05) completou dois meses do último contato dele com a família, que ainda tem esperança de localizá-lo com vida.
A reportagem do site Anoticiamais entrevistou os dois irmãos de Almir, Fernando Vital, 33 anos, e José Humberto Vital, 31 anos, na residência da família, localizada na região conhecida como Baixada, no Setor 03, em Jaru. Os dois irmãos também viajaram com Almir para tentar atravessar para os Estados Unidos, mas com o desaparecimento do familiar, retornaram para Jaru.
Segundo Humberto, ele, os dois irmãos e outros quatro rondonienses, entre eles um morador do distrito de Tarilândia, em Jaru, que também retornou, embarcaram para o Rio de Janeiro, de onde aguardariam as ordens do “coyote”, conhecido apenas por Guga, que seria da região Sul do Brasil, possivelmente Santa Catarina, para embarcarem para as Bahamas, de onde seguiriam de barco para os Estados Unidos.
Para evitar serem descobertos, o grupo foi dividido, tendo Almir seguido primeiro para as Bahamas. O irmão Fernando ainda chegou a viajar duas vezes para Nassau, capital das Bahamas, mas não conseguiu desembarcar no aeroporto e teve que retornar ao Rio de Janeiro.
Fernando declarou que Bruno de Oliveira Souza, morador de Vale do Paraíso, foi com ele em uma das viagens, mas como a estratégia deles foi descoberta, passariam pelo guichê de número 10 onde o coyote já havia pago propina ao seu funcionário, e apenas o colega conseguiu passar na alfândega. Ele teria pago R$ 2 mil dólares à chefe da Imigração.
A embarcação teria dois cubanos como barqueiros e 17 passageiros, sendo 12 brasileiros, 5 dominicanos e 2 norte-americanos, e teria partido de Nassau com destino a Miami, na Flórida, no último dia 6 de novembro e desde então ninguém mais soube notícias do paradeiro deles.
Outro rondoniense, Diego Gonçalves de Araújo, de Ji-paraná, também está entre os brasileiros que teria embarcado em Nassau e que está desaparecido. Os outros brasileiros seriam de Minas Gerais e do Pará.
José Humberto explicou que contrataram o coyote Guga por um valor aproximado de R$ 280 mil, para que atravessasse ele, os dois irmãos e um amigo de Tarilândia. Uma casa seria entregue ao coyote como pagamento depois que os quatro estivessem nos Estados Unidos.
A família Vital tem entrado em contato com o Itamaty (Ministério das Relações Exteriores), mas nenhuma informação concreta foi passada. “Eles disseram que não há indícios de naufrágio naquela região das Bahamas após o desaparecimento da embarcação, nem registro de prisão desses brasileiros desaparecidos”, disse Humberto.
A Polícia Federal também está trabalhando no caso e até a Interpol teria pedido autorização para colocar o nome de Almir Vital na Lista Amarela de desaparecidos.
“Eu acho que eles estão presos em Cuba. Só queria uma notícia sobre o paradeiro do meu irmão, pois minha mãe vem sofrendo muito desde que ele desapareceu”, frisou José Humberto Vital.
Fonte: Anoticiamais
Autor: Flávio Afonso