Enquanto isso…
A Construtora rondoniense E.J. é um fenômeno que está sendo investigada pelo Ministério Público no pacote da Operação Ludus, que prendeu o prefeito de Ouro Preto do Oeste Alex Testoni e o ex-secretário do DER, Lúcio Mosquini. E ela é incrível porque, mesmo se tratando de uma Empresa de Pequeno Porte (EPP), venceu, nos últimos 4 anos em Rondônia, 126 licitações, incluindo o próprio DER e prefeituras, através de recursos do Fundo de Infraestrutura e Habitação — FITHA. A E.J. arrecadou, apenas em 27 contratos, a bagatela de R$ 111.718.782,84.
Funcionava assim
A empresa participava das licitações e vencia com preços bem baixos, que posteriormente eram aditivados. No caso do DER, as licitações eram diretas e com as prefeituras, o DER só liberava a licitação quando a E.J vencia. Do contrário, a coisa emperrava. O Ministério Público sabe que esses 27 contratos, dos 126, sofreram interferência direta de Lúcio Mosquini em relação as licitações. Entre as prefeituras que contrataram a empresa pelo FITHA estão Chupinguaia (contrato 006/2012 – 008/2012 – 026/2011), no valor de R$ 1.178.644; Pimenta Bueno (contrato 032/2014), no valor de R$ 969.977,84; Espigão do Oeste (008/2012 – 009/2012 – 009/2012 TA), no valor de R$ 384.295; Jaru (212/2012), no valor de R$ 300.339; Alta Floresta (035/2012), no valor de R$ 340.925,41; e Primavera (009/2012), no valor de R$ 246.418,59.
Além disso
O próprio DER contratou a EJ em 17, dos 27 contratos que aparecem na relação. Lembrando que no total a empresa venceu 126 licitações. O MP investiga, e já sabe, das relações entre o proprietário da EJ e o ex-diretor do DER, Lúcio Mosquini. Com as investigações ainda em andamento, em breve novidades vão surgir na Operação Ludus, que complicam a cada dia mais a situação de Mosquini e Testoni. Já se sabe que ambos, além da obra do Espaço Alternativo, eram parceiros em outros negócios, inclusive no ramo de combustíveis.
Falando nisso
O esquema de cartão de abastecimento deverá passar por uma devassa, já que ele é qualquer coisa, menos econômico. Os postos credenciados são contratados via indicação e essa casa também vai cair. Adivinha quem tem posto de combustível que abastece caminhões e máquinas do DER e alguns outros órgãos públicos? Se você pensou na dupla Mosquini/Testoni, acertou.
Ainda o DER
Com a chegada das chuvas, as estradas de Rondônia estão lastimáveis. As de responsabilidade do Estado estão se desmanchando em buracos. Não dá para entender o que foi feito com tanto dinheiro.
Em Ouro Preto
A vice-prefeita assumiu e já chegou limpando a casa. Exonerou os gerentes administrativos (cargos similares aos de secretários municipais) e está organizando uma nova equipe. Como o prefeito continua preso, e não se sabe os rumos que a gestão municipal devem tomar após sua saída, a cidade não pode parar e a vida segue.
Chapa branca, mas sem inventar
Um radialista de Ouro Preto, no dia da prisão de Testoni, desceu a lenha no Ministério Público e declarou que “tudo não passava de perseguição política”, que os promotores estavam “se vingando de Testoni devido a uma representação que o prefeito fez contra uma promotora”. O MP pediu a gravação do programa e o “chapa branca” teve que ler uma nota de retratação.
Modernizando
O Tribunal de Contas do Estado lançou um novo portal de internet e está bem mais fácil navegar por ele. Também foi lançado o Processo de Contas eletrônico, novo sistema de tramitação processual da Corte, que pode ser acessado no endereço www.tce.ro.gov.br . Quem sabe agora eles acabam também com as tais representações regionais nos municípios, uma aberração criada pela gestão anterior que não resolve nada, afinal, vereadores e prefeitos vivem em Porto Velho protocolando documentos no TCE.
Em Rondônia
A ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, relatora do inquérito que investiga conduta criminosa do governador Confúcio Moura (PMDB) investigado na Operação Platéias, pediu ao Ministério Público do Estado a confirmação de que o senador Valdir Raupp (PMDB) teria informado ao governador que o mesmo estava sendo investigado. A ministra teve conhecimento do fato ainda ano passado e solicitou informações ao Procurador Geral de Justiça de Rondônia, Héverton Aguiar a quem Confúcio teria tentado confirmar se era verdadeira a informação repassada pelo senador.
Esse episódio
Não vai dar em nada, mas deixa o senador em uma saia justa. E a relação dele com Confúcio, que nunca foi muito boa, azedou ainda mais, afinal Raupp saiu como “fofoqueiro” e pior, revelou informações sobre uma investigação sigilosa, obtendo-as devido a sua condição de senador. Isso se chama tráfico de influência. E é crime.
Fonte: Painel Político
Autor: Alan Alex