Paranaense Marcos Camargo decidiu ser nômade e abandonou o conforto do lar. Projeto criado por ele vai percorrer todo o país de carona até o final de 2019.
O ex-professor que já viajou o Brasil e outros países, somente pegando carona, chegou ao estado de Rondônia neste mês de julho. “O meu maior sonho é não ter nada, pois quem nada tem, tudo recebe”, diz Marcos Camargo, que aos 41 anos decidiu abandonar o conforto do lar e viver viajando por vários lugares somente com a roupa do corpo e uma mochila, sem recursos financeiros.
O aventureiro criou o ‘Projeto Brasil de Carona’ com objetivo de percorrer o país inteiro em dois anos e meio, começando pela Região Norte, em Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho.
Em entrevista ao G1, o nômade, como ele prefere ser intitulado, disse que é natural da cidade de Cascavel (PR) e explicou sobre o projeto.
Segundo Marcos, o ‘Brasil de Carona’ foi criado no último dia 12 de junho e será realizado em cinco temporadas e está prevista para se encerrar no final de 2019.
Apesar de o projeto ser recente, a rotina de viagens do ex-professor, que deu aulas por 23 anos em pré-vestibular, é antiga e já existe desde 2001, quando foi até a Argentina.
De lá para cá, ele já viajou por cerca de 20 países das Américas Central e do Sul, além de centenas de cidades brasileiras nas Regiões Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, sempre pedindo caronas e sem dinheiro.
“O projeto está percorrendo todo o Brasil com base na solidariedade, tanto me acolhem nas caronas que eu pego como também nas hospedagens solidárias baseado em plataformas virtuais e contatos de amigos”m afirma.
Em entrevista, ele explicou sobre o porque decidiu sair da educação.
“Abandonei tudo porque prefiro viver do modo que eu vivo, eu busco aprender novas culturas e conhecer cada vez mais os membros dessa família gigantesca chamada humanidade, eu os considero todos meus irmãos. Minha mãe dizia que o estranho é apenas um amigo que você não conhece”, conta.
Hospedagem solidária em Rondônia
A hospedeira de Marcos em Guajará-Mirim, a instrutora de yoga Cíntia Rodrigues, de 31 anos, conta que na casa moram o marido dela e os dois filhos do casal, uma menina de 4 anos e um menino de 2.
Segundo ela, o viajante fez o pedido de hospedagem solidária através de uma plataforma virtual chamada ‘CouchSurfing’, na qual o viajante credenciado solicita para um dos participantes a possibilidade de ficar hospedado temporariamente na casa.
Alguns semanas atrás o Marcos enviou o pedido por essa plataforma virtual explicando o objetivo do projeto e da viagem e falou um pouco de como ele é.
Chequei as informações do perfil dele e os comentários das pessoas que já o receberam anteriormente foram cruciais para que eu aceitasse o pedido dentro dos meus critérios, pois tenho dois filhos pequenos e não posso aceitar qualquer pessoa em casa”, explica Cíntia.
Após encerrar sua passagem por Rondônia, os próximos dois estados do norte serão o Acre e o Amazonas.
A partir de janeiro de 2018 terá início a segunda temporada do projeto, na Região Centro-Oeste.
Por Júnior Freitas, G1 Guajará-Mirim e Região