O jaruense Francisco Mauro Carvalho de Oliveira, 56 anos, virou destaque na imprensa nacional por ser um dos poucos pacientes a realizar um transplante com um órgão transportado por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele foi submetido a um transplante de fígado em Sorocaba (SP) nesta terça-feira (12) que ainda está em andamento. O órgão, retirado do corpo de um jovem morto em um acidente de trânsito em Alvares Machado (SP), vem sendo implantado no corpo do paciente.
De acordo com a Força Aérea, desde o decreto presidencial, 22 transportes de órgãos já foram realizados pela FAB. Nesta missão, foi utilizada uma aeronave de médio porte – C97 Brasília. A equipe que acompanhou a missão é formada por um piloto, um co-piloto, um mecânico e um comissário, além da equipe médica.
Ainda segundo a FAB, o avião partiu do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi para o aeroporto de Guarulhos (SP) e lá embarcou a equipe médica. Em seguida, pousou em Presidente Prudente (SP), onde pegou o fígado e seguiu para o aeroporto de Sorocaba.
O cirurgião de transplante de fígado Renato Hidalgo, que estará à frente do procedimento, afirma ao G1 que o paciente – natural de Rondônia – é vítima de cirrose hepática causada por hepatite C e tem boas chances de recuperação. “Da primeira vez, o órgão já funcionou. Mas não da maneira como esperávamos. Não houve uma rejeição, por exemplo. Acreditamos que desta vez o resultado será melhor.”, diz o médico.
O procedimento será realizado em um hospital particular, mas será custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O médico lembra que essa decisão se deve a infraestrutura do local, que entre 2003 e 2010 realizou 70 transplantes. “Houve uma pausa nesses procedimentos porque aconteceram mudanças estruturais e na equipe, coisas normais.”
Para Hidalgo, a realização do procedimento só é possível por meio da junção de uma série de profissionais. “A família tem o ato de coragem ao optar pela doação e o transplante envolve muita gente. São cirurgiões, enfermeiros, fisioterapeutas, enfim. Sem eles, não seria possível nada disso”, destaca.
Sorocaba se tornou referência para transplante de fígado. De março até julho de 2016, já foram feitos oito; todos pelo SUS. O especialista explica que Rondônia é um dos Estados do Brasil que não têm ainda uma equipe que faz transplantes de fígado.
“Hoje, Rondônia já tem pessoas que estão desenvolvendo essa atividade lá, mas ainda não conseguiram concretizar. Os pacientes desses lugares procuram centros que passa transplante, porque não existe uma rede de referenciamento específica para isso, como ocorre em outras doenças. No caso transplante de fígado, o paciente ou quem cuida do paciente, conhece os centros transplantadores que podem ser capaz de ter sucesso e encaminha os pacientes”, completa o médico.
Fonte: Anoticiamais com informações do G1