A Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste investiga todas as pistas possíveis para elucidar o duplo assassinato de mãe e filha que desapareceram na tarde da última terça-feira (24,) e foram encontradas mortas no final da tarde da quinta-feira em um cafezal às margens da rodovia estadual 470, entre os travessões 20 e 16.
Gloria de Lima Gomes, de 48 anos, e Nosliane Lima Gomes, 16 anos, faziam caminhada na pista da RO 470 todos os dias, mas naquele dia não retornaram para casa.
A mãe sofreu um golpe e a filha morreu asfixiada, e a perícia técnica da Polícia Civil ainda conclui os laudos que vão revelar mais detalhes de como as vítimas foram executadas.
“Nosli Cabelereira”
Apesar da pouca idade Nosliane, que completaria 17 anos dia 7 de julho, era estudante na Escola Estadual Joaquim de Lima Avelino, se mostrava uma adolescente interessada em aprender e buscando cedo a independência financeira montou um pequeno salão de beleza na propriedade onde residia.
Após fazer um curso, a garota providenciou uma placa com os dizeres “Nosli Cabeleireira” na frente de casa, tinha uma clientela considerável e já ganhava sua renda. Em razão desse fato, a hipótese do crime de latrocínio não está descartada, tendo em vista que o celular de Nosliane de valor estimado desapareceu.
Diário de memórias
Nosliane Lima era inteligente e bastante extrovertida. Ela tinha um diário de anotações de seu dia a dia que está em poder da polícia. No caderno pessoal, a adolescente revela momentos de sua vida, e cita nomes de rapazes e de outras pessoas com quem se relacionou ou conviveu.
Num trecho das anotações a estudante detalha que não era respeitada em alguns casos, como no percurso quando se deslocava para a escola em Ouro Preto do Oeste, que fica distante 25 quilômetros de sua casa.
A jovem deixou claro em seu diário que sofria assedio sexual frequentemente, por pessoas que não deveriam mostrar tal atitude. Em algumas caronas, pessoas citadas no diário tomavam condutas imbecis e inconvenientes contra a adolescente.
Investigação
O delegado Júlio Cesar Souza Ferreira conduz o inquérito, e até o momento pouco pode esclarecer sobre o crime para não atrapalhar o trabalho investigativo.
Os parentes das vítimas e pessoas que se relacionavam com elas foram ouvidos na Delegacia Civil. Os depoimentos são juntados às informações que a polícia já armazena.
Sobre as investigações o delegado declarou apenas que, como o Inquérito ainda está em aberto várias possibilidades que teriam motivado os crimes estão sendo consideradas.
Fonte: www.correiocentral.com.br/Edmilson Rodrigues
foto: arquivo de família